Bebeto "renuncia" ao cargo de presidente do Botafogo

O presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, anunciou ao final do jogo contra o Flamengo que está deixando a presidência do Clube. O dirigente se mostrava inconformado com a atuação do árbitro Marcelo de Lima Henrique na derrota por 2 a 1, que valeu ao adversário o bicampeonato da Taça Guanabara.

"Estou aqui há seis anos e a gente cansa. Hoje é meu último dia como presidente do Botafogo. O clube estava despedaçado, estamos trabalhando, reerguemos o clube, mas é difícil. Aqui no Rio só impera quem não quer que o futebol cresça. É fácil dizer que o jogador do Botafogo é quase, que o jogador do Botafogo perde a cabeça. Eu já dei muito para o Botafogo e agora é preciso que entre alguém aqui. Agradeço a torcida, mas não dá mais. Obrigado", falou.

Logo após a entrevista de Bebeto, o ex-presidente e atual colaborador da diretoria, Carlos Augusto Montenegro, disse que ninguém deixará o clube neste momento. Nem Bebeto nem o treinador Cuca. Mas a irritação com a arbitragem era a mesma.

"As pessoas se impressionam com a torcida do Flamengo, com a pressão. Já que existe uma renovação na arbitragem, por que não trazer ábitros da Argentina, do Uruguai? Sem parcialidade, o Botafogo deu um show. No lance do pênalti, naquele empurra daqui, empurra dali, ele marcou. Só marca contra o Botafogo. Ele deu cartão amarelo para o Lúcio Flávio, que foi afastar as pessoas. Depois, deu cartão vermelho para o Zé Carlos. Eu sei a proporção da torcida do Flamengo em relação às outras. Foi mais uma vergonha", comentou o dirigente, que só tinha palavras de elogio aos jogadores.

"A derrota dói. Você fica sentido, sofrido. Mas eu estou com a sensação do dever cumprido. O elenco que eu sempre almejei para o Botafogo nós temos. Hoje, a gente tem um time que honra a camisa do Botafogo. Não que o time do ano passado não tivesse machos, mas não estavam com a cabeça do Botafogo. Eu nunca vi um elenco chorando, desabafando, como eu vi hoje. Tenho orgulho de ser botafoguense", completou.

Bebeto foi eleito no final de 2002, quando a equipe foi rebaixada à segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Durante a sua gestão, o Alvinegro voltou à elite do futebol nacional, foi campeão da Taça Guanabara de 2006, do Estadual do mesmo ano e da Taça Rio de 2007. Também conseguiu o estádio olímpico João Havelange, o Engenhão, pelos próximos 20 anos. O time se classificou nos últimos três anos para a Copa Sul-Americana.