O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quinta-feira (5), da 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, em Brasília. Diante de um auditório lotado, Lula defendeu o combate ao preconceito no Brasil.
"O mundo seria mundo mais alegre se não fôssemos tão rígidos com os tabus. No que depender do apoio do governo, do Poder Executivo e dos ministros vamos trabalhar para que o Congresso Nacional aprove o que precisar aprovar", disse referindo-se às reivindicações que o movimento de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT) deve apresentar ao término da conferência, no próximo domingo (8).
O presidente prometeu estudar todas as propostas e afirmou que irá descartar às que ele não julgar possíveis ou necessárias. Lula se mostrou indignado quanto ao fato de ainda existir crimes contra homossexuais no Brasil.
"Ninguém pergunta a orientação sexual de vocês quando vocês vão pagar Imposto de Renda. Por que então discriminar na hora que vocês querem escolher o que fazer com o corpo de vocês?", afirmou.
Ovacionado, Lula chegou a vestir um boné do movimento GLBT e tirou uma foto com a bandeira do arco-íris - símbolo dos gays. "Ao colocar o boné, senti o mesmo de quando vesti o boné do MST. Eu nunca apanhei tanto. Porque eu podia colocar o boné do Banco do Brasil, do Bradesco, da Vale, de todos menos do MST. Então pensei, vou colocar todos e acabar com o preconceito", disse.
Luta contra preconceito
Líderes e militantes do movimento GLBT reforçaram, em seus discursos, a luta contra o preconceito no Brasil. Fernanda Benevutti da Articulação Nacional das Transgêneros (ANTRA) destacou os assassinatos cometidos contra homossexuais. "Não podemos ficar a mercê dessa sociedade que nos agride, que nos violenta e que é a sociedade que também nos leva para a cama".
Já Tony Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT), pediu a criação de um estatuto específico para gays no país. "Como tem o estatuto da criança, do adolescente e do idoso, queremos também um nosso", afirmou, lembrando que o estado é laico e que pretende negociar com as diferentes denominações religiosas a criação do estatuto.
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