segunda-feira, 16 de junho de 2008

Tatuagem e piercing podem transmitir doenças

Já se foi o tempo em que tatuagem significava uma filosofia de vida ou uma demonstração de rebeldia. Hoje, na maioria dos casos, ela é apenas uma opção de estilo: a pessoa adota uma tatuagem com escolhe corte de cabelo.

Os cuidados, porém, são os mesmos de antigamente. O risco de contrair doença sérias ou mesmo enfrentar contratempos é significativo.

"Ao fazer uma tatuagem, a pessoa deve ter certeza do que quer, porque removê-la depois é difícil", alerta o dermatologista Valter Claudino, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André (ABC). "Além disso", ressalta o médico, "há o risco de se contrair doenças", como hepatite C e Aids.

Por isso, o primeiro passo é escolher um profissional sério, habilitado, que tenha o máximo cuidado com a higiene.

Quanto ao local do corpo, não há nenhuma região mais segura. A cicatrização em mucosas, em geral, é mais fácil e não deixa marcas. Mas o risco de infecções se mantém. Outra dica é escolher regiões do corpo onde haja bastante pele, para que não seja necessário um enxerto caso a pessoa decida retirar a tatuagem.

O tipo de tatuagem conta. Quanto menor e menos colorida, menor é o risco de infecção e mais fácil a remoção.

Um dos riscos é o de reação alérgica à tinta. Isso pode exigir tratamento contínuo. Também pode surgir uma quelóide --espécie de cicatrização irregular que deixa a tatuagem em alto relevo e precisa ser tratada. Para retirar a quelóide pode ser preciso até intervenção cirúrgica.

Remover a tatuagem é complicado. "A pele sempre vai ficar mais clara naquela região porque é removida a epiderme, camada da pele onde estão os melanócitos, que dão cor à pele", diz Claudino. A pele fica diferente mesmo com bronzeamento.

Os especialistas recomendam que os pais só permitam tatuagem quando os filhos tiverem mais de 18 anos. "É bom conversar para ver se a tatuagem não é uma forma de suprir a necessidade de auto-afirmação. Nesse caso, uma marca na pele não vai resolver", afirma Claudino.

O piercing é outro adereço cada vez mais comum, especialmente entre jovens, e exige os mesmos cuidados da tatuagem. Muita gente opta por usar essas peças na língua ou até mesmo nos genitais, o que torna a situação ainda mais arriscada, segundo Claudino.

"Quem usa piercing na língua, além de correr maior risco de infectar a boca, pode até fraturar um dente, pelo contato constante com a peça", afirma o médico.

Risco de contaminação com piercing é maior na genitália

A atriz Karina Bacchi arrancou suspiros e críticas quando exibiu na "Playboy" o piercing que usa na região genital.

Na prática, há maior risco de contaminação, porque a região é úmida e tem contato permanente com urina, menstruação e secreções naturais, além de concentrar mais bactérias, em razão da proximidade que tem com o ânus.

Para muita gente, isso não importa: a carioca Elaine Davidson entrou para o livro dos recordes como a mulher com mais piercings no corpo no mundo, e dizia ter 500 só na região da vagina.

Entre os homens, o furo mais popular na região genital fica na ponta da glande, passando por dentro da uretra, e é apelidado de "Príncipe Albert" --menção a um integrante da realeza de Mônaco que viveu no final do século 19 e teria lançado mão da argola para puxar e prender o pênis para trás, de modo a não marcar a calça branca justa, moda da época.

Tatuagens invisíveis são a nova moda nos EUA da Ansa, em Nova York

O piercing já é um acessório velho e a tatuagem tradicional virou pré-histórica. A última tendência para o corpo chama-se Black Light Tattoos, e já faz grande sucesso entre os jovens dos Estados Unidos.

As tatuagens, invisíveis durante o dia, surgem na pele com cores fluorescentes no escuro da discoteca.

Reprodução
Black Light Tattoos são feitas com nanquim invisível sob luz negra no escuro
Black Light Tattoos são feitas com nanquim invisível sob luz negra no escuro
As Black Light Tattoos, feitas sob luz negra, no escuro, com nanquim invisível, são a solução ideal para todos aqueles que querem uma tatuagem, mas não podem fazer por diversas razões, como o local de trabalho.

É também uma opção para as pessoas que gostam de freqüentar discotecas, e para aqueles que têm medo de ficar cansado de ver a mesma tatuagem na pele durante o dia inteiro.

Enquanto a nova moda começa a ser espalhada, alguns especialistas já
advertem que o nanquim utilizado pode ser cancerígeno.

A tinta foi certificada como inócua pela FDA (US Food and Drug Administration), embora a agência norte-americana que regula alimentos e remédios tenha considerado apenas a aplicação em plantas e animais, e não em seres humanos.

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