Já se foi o tempo em que tatuagem significava uma filosofia de vida ou uma demonstração de rebeldia. Hoje, na maioria dos casos, ela é apenas uma opção de estilo: a pessoa adota uma tatuagem com escolhe corte de cabelo.
Os cuidados, porém, são os mesmos de antigamente. O risco de contrair doença sérias ou mesmo enfrentar contratempos é significativo.
"Ao fazer uma tatuagem, a pessoa deve ter certeza do que quer, porque removê-la depois é difícil", alerta o dermatologista Valter Claudino, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André (ABC). "Além disso", ressalta o médico, "há o risco de se contrair doenças", como hepatite C e Aids.
Por isso, o primeiro passo é escolher um profissional sério, habilitado, que tenha o máximo cuidado com a higiene.
Quanto ao local do corpo, não há nenhuma região mais segura. A cicatrização em mucosas, em geral, é mais fácil e não deixa marcas. Mas o risco de infecções se mantém. Outra dica é escolher regiões do corpo onde haja bastante pele, para que não seja necessário um enxerto caso a pessoa decida retirar a tatuagem.
O tipo de tatuagem conta. Quanto menor e menos colorida, menor é o risco de infecção e mais fácil a remoção.
Um dos riscos é o de reação alérgica à tinta. Isso pode exigir tratamento contínuo. Também pode surgir uma quelóide --espécie de cicatrização irregular que deixa a tatuagem em alto relevo e precisa ser tratada. Para retirar a quelóide pode ser preciso até intervenção cirúrgica.
Remover a tatuagem é complicado. "A pele sempre vai ficar mais clara naquela região porque é removida a epiderme, camada da pele onde estão os melanócitos, que dão cor à pele", diz Claudino. A pele fica diferente mesmo com bronzeamento.
Os especialistas recomendam que os pais só permitam tatuagem quando os filhos tiverem mais de 18 anos. "É bom conversar para ver se a tatuagem não é uma forma de suprir a necessidade de auto-afirmação. Nesse caso, uma marca na pele não vai resolver", afirma Claudino.
O piercing é outro adereço cada vez mais comum, especialmente entre jovens, e exige os mesmos cuidados da tatuagem. Muita gente opta por usar essas peças na língua ou até mesmo nos genitais, o que torna a situação ainda mais arriscada, segundo Claudino.
"Quem usa piercing na língua, além de correr maior risco de infectar a boca, pode até fraturar um dente, pelo contato constante com a peça", afirma o médico.
Risco de contaminação com piercing é maior na genitália
A atriz Karina Bacchi arrancou suspiros e críticas quando exibiu na "Playboy" o piercing que usa na região genital.
Na prática, há maior risco de contaminação, porque a região é úmida e tem contato permanente com urina, menstruação e secreções naturais, além de concentrar mais bactérias, em razão da proximidade que tem com o ânus.
Para muita gente, isso não importa: a carioca Elaine Davidson entrou para o livro dos recordes como a mulher com mais piercings no corpo no mundo, e dizia ter 500 só na região da vagina.
Entre os homens, o furo mais popular na região genital fica na ponta da glande, passando por dentro da uretra, e é apelidado de "Príncipe Albert" --menção a um integrante da realeza de Mônaco que viveu no final do século 19 e teria lançado mão da argola para puxar e prender o pênis para trás, de modo a não marcar a calça branca justa, moda da época.
Tatuagens invisíveis são a nova moda nos EUA da Ansa, em Nova York
O piercing já é um acessório velho e a tatuagem tradicional virou pré-histórica. A última tendência para o corpo chama-se Black Light Tattoos, e já faz grande sucesso entre os jovens dos Estados Unidos.
As tatuagens, invisíveis durante o dia, surgem na pele com cores fluorescentes no escuro da discoteca.
Reprodução |
Black Light Tattoos são feitas com nanquim invisível sob luz negra no escuro |
É também uma opção para as pessoas que gostam de freqüentar discotecas, e para aqueles que têm medo de ficar cansado de ver a mesma tatuagem na pele durante o dia inteiro.
Enquanto a nova moda começa a ser espalhada, alguns especialistas já
advertem que o nanquim utilizado pode ser cancerígeno.
A tinta foi certificada como inócua pela FDA (US Food and Drug Administration), embora a agência norte-americana que regula alimentos e remédios tenha considerado apenas a aplicação em plantas e animais, e não em seres humanos.
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