terça-feira, 24 de junho de 2008

Lista de gays mais influentes dos EUA causa polêmica

Uma lista publicada por uma revista americana voltada para o público homossexual causou polêmica ao incluir uma atriz e um âncora da rede CNN na lista dos gays mais poderosos dos Estados Unidos.

A revista "Out" colocou a atriz Jodie Foster e o apresentador Anderson Cooper na relação dos 50 homens e mulheres gays mais influentes dos Estados Unidos.

A lista gerou polêmica porque, segundo o jornal britânico "The Independent", nenhum dos dois se identificou voluntariamente como gay.

A "Out" colocou os dois em uma fotomontagem na capa do último número da revista e publicou um artigo com o título "We all know which stars are inside the glass closet, so why won't they come out?" ("Todos sabemos quais estrelas estão dentro do 'armário de vidro', então por que não assumem?", em um trocadilho com a expressão sair do armário/assumir homossexualidade).

Na lista da "Out", Anderson Cooper aparece em segundo lugar e Jodie Foster, em 43º. O magnata hollywoodiano David Geffen encabeça a relação, que inclui ainda as comediantes Ellen DeGeneres (3º) e Rosie O'Donnell (6º) e os estilistas Marc Jacobs (8º) e Tom Ford (23º).

Vida assumida

A revista americana afirma que o chamado "armário de vidro" não é novidade em Hollywood. E acrescenta que Foster, por todas as informações, já leva uma "vida assumida --dentro de alguns limites".

Quanto ao apresentador Anderson Cooper, da CNN, a revista diz que atualmente "a imprensa ainda dá um passe livre a pessoas como [Cooper], ajudando estas pessoas a manterem suas portas de vidro fechadas para que elas possam levar vidas sociais gays, enquanto evitam cuidadosamente a questão".

A "Out" acrescenta que os apresentadores de televisão são "protegidos, mesmo que Cooper tenha sido visto em bares gays de Nova York".

O jornal britânico The "Independent" também faz a sua chamada "Lista Rosa", publicada em uma revista de domingo, em que aponta os homossexuais que contribuem para a vida dos britânicos.

Mas, em editorial publicado no domingo, o jornal britânico afirmou que as diferenças nas duas listas "são intrigantes".

"Nossa 'Lista Rosa' é uma celebração --apesar de kitsch - de uma luta que está sendo vencida", afirma o The Independent. "Lista apenas aqueles que já se assumiram."

O jornal diz que a sociedade britânica progrediu nos últimos dez anos em direção à igualdade. Mas avalia que a questão continua sendo diferente nos Estados Unidos, "com republicanos, incluindo George W. Bush, prontos para usar a discriminação contra lésbicas e homens gays com fins políticos".

"Pelo menos nesta questão, a percepção de que a cultura britânica é mais adulta do que a americana se justifica", conclui o editorial do jornal.

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