Antes mesmo do fim dos estudos do trem-bala ligando o Rio de Janeiro a São Paulo, o governo incluiu no Plano Nacional de Viação um novo trem de passageiros. O trecho, que ainda será estudado, passaria por Belo Horizonte (MG) a São Paulo seguindo para Curitiba (PR).
De acordo com o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, a tendência é que seja também um trem de alta velocidade. "São áreas com grande concentração urbana, com nível de renda compatível", completou.
A MP incluindo o segmento no plano foi publicada ontem. O trecho teria 1.150 quilômetros. Segundo Passos, os estudos de viabilidade ainda serão feitos.
Além do trecho de passageiros, o governo incluiu no Plano Nacional de Viação novos trechos de ferrovia para o transporte de cargas. Somente os principais somam mais de 4 mil quilômetros. Entre eles a extensão da Ferrovia Norte-Sul até Panorama (SP) e a construção da Ferrovia Leste-Oeste entre Ilhéus (BA) e Alvorada (TO).
Além disso, a MP prevê a transformação da Valec Engenharia em empresa pública. A empresa foi criada em 1972 como sociedade por ações com a Vale do Rio Doce e a USS Engineers como sócias. Mais tarde, o capital foi repassado para a União, mas a empresa nunca foi transformada oficialmente em empresa pública.
Com isso, a Valec passará a ser responsável por estudos e concessões dos novos trechos de ferrovia à iniciativa privada.
BNDES libera US$ 300 mil para estudo de viabilidade de trem-bala Rio-SP
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) vai subsidiar em US$ 300 mil (R$ 507 mil) o estudo de viabilidade do trem-bala que ligará o Rio a São Paulo. A informação é do coordenador do projeto no banco, Henrique Pinto.
Pinto participou de reunião na tarde desta segunda-feira no Rio com os vencedores da licitação para a realização do estudo, que tem prazo até o fim do ano para ficar pronto. A estimativa inicial do governo federal, contudo, era a de que o levantamento fosse concluído em agosto.
O consórcio que executará o projeto é formado pelas empresas Balman Consultores Associados e Sinergia Estudos e Projetos, brasileiras, e a inglesa Halcrow Group. Além do subsídio do BNDES, o projeto vai demandar outros US$ 1,5 milhão (R$ 2,5 milhão), que será bancado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
O estudo vai definir aspectos técnicos do trem-bala, como o trajeto, o valor da passagem e o tempo de viagem.
Já a construção do trem-bala está avaliada em US$ 11 bilhões (R$ 18,6 bilhões) e levará cinco anos, a partir de 2009, para ficar pronta, segundo estimativas do governo federal. O governo avalia também que o trajeto seja feito em cerca de 1h25 e custe menos de US$ 100 (R$ 169), mas o coordenador do projeto no BNDES disse que ainda não é possível saber se esse valor poderá ser mantido.
Lula diz que licitação para trem-bala Rio-SP pode sair em outubro
O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira que a licitação para o trem-bala que ligará as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas deve ser anunciada em outubro. O projeto será executado pelo consórcio formado pelas empresas Balman Consultores Associados e Sinergia Estudos e Projetos, brasileiras, e a inglesa Halcrow Group, e deverá levar cinco anos para ficar pronto, a partir de 2009.
"Talvez em outubro seja anunciada a licitação do trem bala que liga Rio, São Paulo e Campinas. É uma obra de quase US$ 9 bilhões, é uma obra muito grande. Está tudo mais ou menos encaminhado", disse o presidente, que visitou a cidade paulista de Campinas, onde deu início a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Lula acrescentou que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) está visitando o Japão e a Coréia, para mostrar o projeto do trem-bala a empresas de tecnologia que possam tocar o projeto com o consórcio.
Trecho de trem-bala será feito por Parceria Público-Privada
LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
O ministro Alfredo Nascimento (Transportes) informou nesta terça-feira que parte do projeto do trem-bala que ligará São Paulo ao Rio poderá ser feito por PPP (Parceria Público-Privada), modalidade em que as obras contam com dinheiro público e da iniciativa privada.
Segundo Nascimento, o governo estuda fazer o trecho ligando a cidade de São Paulo a Campinas (SP) por PPP porque o intervalo não seria viável economicamente, ou seja, apenas a tarifa paga pelo usuário não seria suficiente para remunerar os investimentos feitos pelos empresários.
Já a parte que ligará a cidade de São Paulo ao Rio deverá ser concedida à iniciativa privada sem o uso de dinheiro público. De acordo com o ministro, apesar da necessidade de verba pública, o trecho até Campinas foi incluído no projeto porque o aeroporto da cidade é estratégico.
"A decisão é integrar os aeroportos pensando nos problema de transportes que o Brasil tem, inclusive o aéreo", disse.
Nascimento disse que o leilão será feito pelo critério tarifário: quem oferecer o menor valor da passagem é declarado vencedor. A previsão é que a obra custe R$ 11 bilhões e leve cinco anos para ser concluída.
A licitação deverá ser feita no primeiro semestre do ano que vem. Para o ministro, o valor da passagem deverá ficar abaixo do cobrado pelas companhias aéreas que fazem a ponte aérea.
"É um transporte mais barato (do que o avião). Não tem como ser mais caro", explicou.
A decisão de fazer trecho por PPP, porém, só será tomada depois de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) concluir os estudos de viabilidade para o projeto.
De acordo com o ministro, já está decidido que será um trem de alta velocidade, ou seja, acima de 200 quilômetros por hora. A previsão é que o trem leve 1h25 minutos entre Rio e São Paulo e outros 25 minutos até Campinas. Além do aeroporto de Viracopos, o trem-bala ligará os aeroportos do Galeão (RJ) e Guarulhos (SP).
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