terça-feira, 27 de maio de 2008

Protesto contra impostos promove venda de gasolina com 47% de desconto em 25 cidades gaúchas

Vinte e cinco municípios gaúchos realizaram nesta terça um movimento que promoveu descontos em postos de gasolina, em prostesto contra os impostos. O desconto foi de 47% nos preços. O percentual é, em média, o que os organizadores pagam de impostos embutidos no produto. A mobilização marcou a data batizada de "Dia da Liberdade de Impostos".

De acordo com a Aclame (Associação da Classe Média, ONG sediada em Porto Alegre que afirma promover a justiça tributária), desde 1º de janeiro, o brasileiro trabalhou 148 dias apenas para pagar os diversos impostos cobrados no país. A Aclame vai ressarcir os postos que participaram com a diferença no preço.

  • Arivaldo Alves/Agência RBS

    Fila em posto de Porto Alegre: gasolina a R$ 1,20 o litro

    Em Porto Alegre, foram distribuídas 250 fichas entre a meia-noite e as 9h no Posto Diário de Notícias (Avenida Diário de Notícias 1.475). No início da tarde, a fila era longa. Apesar da espera, as fichas se esgotaram.
    O litro da gasolina estava sendo vendida a R$ 1,20 no local.

    Em outras cidades, a distribuição de fichas ocorreu pela manhã. Em todos os locais onde houve o protesto, segundo a Aclame, ocorreram filas. Os consumidores que participaram da iniciativa ganharam narizes de palhaço. Muitos, apesar de a distribuição de senhas ocorrer apenas no início da manhã em suas cidades, foram para fila ainda na madrugada.

    Além da venda sem impostos, houve protestos como caminhadas, como no município de Lajeado.

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    Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) afirma que o brasileiro trabalhou desde 1º de janeiro até esta terça-feira (27 de maio) apenas para pagar impostos, taxas e contribuições.

    "Queremos despertar a consciência da população para o quanto pagamos realmente de impostos", diz o presidente da Aclame, Fernando Bertuol.
    Em Novo Hamburgo, Pelotas, Cachoeira do Sul e Lajeado, além da mobilização nos postos, foram vendidos automóveis zero quilômetro sem os impostos embutidos no preço final. O comprador teve de doar o valor residual a entidades assistenciais.

    Em Novo Hamburgo (40 km de Porto Alegre), por exemplo, a avenida Nações Unidas e as ruas Marcílio Dias, Imperatriz Leopoldina e Cinco de Abril ficaram tomadas de carros durante a madrugada até a metade da manhã de hoje, com engarrafamentos.

    Houve protestos nos municípios de Alegrete, Bagé, Bento Gonçalves, Camaquã, Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Farroupilha, Gravataí, Guaíba, Ijuí, Osório, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santo Ângelo, São Borja, São Gabriel e Taquara

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