sábado, 22 de março de 2008

Venda livre de computadores gera expectativa em Cuba

Muitos cubanos esperam com grande ansiedade que Raúl Castro oficialize a autorização da venda de computadores, uma das primeiras mudanças que realizará em seu governo, já que mais de 3,7 milhões de pessoas utilizaram o aparelho em 2007 na ilha, mas apenas 5% o fizeram em casa.

Reuters
Estudantes cubanos observam imagem do guerrilheiro Ernesto Che Guevara (1928 a 1967) na tela de um computador utilizado na ilha
Estudantes cubanos observam imagem do guerrilheiro Ernesto Che Guevara (1928 a 1967) na tela de um computador utilizado na ilha

O jornal oficial "Granma" informou há uma semana que entre as disposições que poderão ser anunciadas em breve está "o acesso ao turismo e a venda de equipamentos", em referência a computadores, DVDs, microondas e outros eletrônicos, cuja circulação foi limitada em 2003.

A medida deve acontecer nas próximas semanas. O próprio presidente afirmou que "atrás de cada proibição incorreta, se busca um grande número de ilegalidades".

Algumas pessoas possuem computadores em suas casas, comprados do mercado negro ou vindos de outros países. Outros foram montados, já que muitos componentes podem ser comprados em algumas lojas.

Uma pesquisa oficial sobre uso e acesso em Cuba (janeiro-dezembro de 2007) comprova que 33,2% dos 11,2 milhões de cubanos operaram um computador no ano passado.

Em relação ao local de uso, os entrevistados disseram ter usado em centros de estudo (56,7%), centros de trabalho (32,1%), "Joven Club" (centros que dão cursos gratuitos de computação, mais de 600 em todo o país, 5,4%) em casa (5,2%) e outros locais (0,6%).

Um assunto que até agora não parece preocupar é a compra de programas para os PC. O mesmo embargo norte-americano que traz perdas milionárias para a ilha impede que as grandes companhias norte-americanas possam comercializar os programas, dando lugar à pirataria.

O acesso à internet é outro problema. As autoridades alegam que o embargo não lhes permite conexão por cabo, obrigando o acesso por satélite, mais caro e limitado. Uma empresa mista de Cuba e da Venezuela trabalha em uma ligação de cabos entre os países, um projeto que deve demorar ainda alguns anos para ser concluído

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