Um levantamento realizado pela consultoria Ernst & Young em 32 de seus escritórios pelo mundo aponta que a classe média brasileira paga mais imposto de renda do que os grupos de mesmo nível social nos países líderes do ranking do IDH. Divulgada neste domingo em reportagem do jornal O Globo, a pesquisa mostra que embora o Brasil tenha apenas o 70º melhor Índice de Desenvolvimento Humano, a alíquota nominal de Imposto de Renda (IR) aplicada à classe média – de 27,5% – é superior à praticada em seis dos sete países com melhor IDH.
Aqui, a classe média paga mais tributos, por exemplo, do que as classes médias de Islândia, Canadá, Suécia e Suíça. Estes países ocupam as primeiras posições no ranking do IDH pois apresentam bons indicadores de saúde, educação e renda. Não é o caso do Brasil.
De acordo com a reportagem, na Islândia – o melhor IDH do mundo – há uma alíquota única de IR, de 23,75%. Além de pagar menos proporcionalmente, o cidadão vê o seu imposto se transformar em benefícios para o país. O analfabetismo entre jovens e adultos com mais de 15 anos é próximo de zero e a expectativa de vida de um islandês ao nascer é de 81,5 anos. A renda per capita supera 35.000 dólares.
Agora compare-se este quadro com o do Brasil, onde a alíquota de IR que incide sobre a classe média é de 27,5%: mais de 10% dos jovens e adultos são analfabetos; a expectativa de vida não supera os 71,7 anos; e rendimento médio é de 8.402 dólares anuais. A diferença é sensível.
Metodologia – A Ernst & Young explica que, para comparar a incidência do imposto de renda nas nações de alto IDH, a pesquisa da levou em conta apenas a cobrança federal (em alguns países a renda dos contribuintes também é tributada por estados e municípios). E considerou a alíquota aplicada à faixa de renda considerada de classe média em cada uma dessas economias.
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