Há sete anos, ele despontou como o galã Guilherme, de Malhação. Hoje, Iran Malfitano continua bonitão e fazendo sucesso com a mulherada, mas também virou o queridinho do público gay. Em A Favorita, ele arrasa na pele do homossexual Orlandinho, desafio muito bem-vindo pelo ator, que vem calando a boca de muita gente que botou à prova seu talento por ter começado a carreira numa novelinha adolescente.
"Orlandinho é um personagem rico, na dose certa. E eu não fiz nenhum laboratório, apenas observei os vários amigos gays que tenho e vi o que funcionava na TV. Eu poderia ter caído no caricato, mas isso não aconteceu. Orlandinho convence e tenho recebido vários elogios. O que me deixa muito feliz. Orlandinho veio para me coroar", diz Malfitano, que sofreu preconceito no início da carreira. "Ouvi muito quando estreei no teatro: 'É com aquele menino da Malhação, que está começando'. Porque não havia um nome de peso no elenco, achavam que a peça não seria boa. Existe preconceito, sim. Eu era um menino, mas não queria pouco como ator".
Por causa de Orlandinho, Malfitano tem sido muito azarado por homens. "Existem as cantadas sutis, as engraçadas e as pejorativas. Com as brincadeiras de mau gosto, eu sou indiferente. Não sou grosseiro, só finjo que não escuto", garante o galã.
Beijar homem não é problema
Na trama, Orlandinho é apaixonado pelo heterossexual Halley (Cauã Reymond) e não é correspondido, mas se, por acaso, o rapaz mudasse sua opção sexual poderia até rolar o primeiro beijo entre homens na TV. Ou será que Malfitano não toparia? "Não teria problema algum em beijar homem na boca".
"Um amigo sempre me diz: 'Iran, se vai ter vergonha, tenta o comércio. Não vai ser feliz se for ter pudor'. É o que eu acho. Não pretendo ser o primeiro ator na história da TV a beijar homem. Se for eu, ótimo. Mas não sei se rolaria na novela. Acho que as pessoas ainda se chocam com isso".
"A gente se ajuda e se diverte", diz Iran Malfitano
O sucesso de Orlandinho tem ligação direta com o jogo de cena entre ele e Céu (Deborah Secco), com quem o jovem gay se casou para dar uma satisfação à família, e Halley (Cauã Reymond), o verdadeiro amor do personagem. Malfitano conta que a química do trio nasceu da cooperação total.
"Deborah e Cauã me ajudam muito. A gente se ajuda, dá palpite. A gente se diverte em cena", diz o ator, que fica em cima do muro quando é para escolher o melhor desfecho de Orlandinho na trama. "Tem quem torça para ele ficar com a Céu, e tem quem torça para ele ficar com o Halley. Eu fico na dúvida".
A rotina de gravações fez crescer a amizade entre os três, tanto que foi Deborah quem convenceu Malfitano a fazer aulas de pilates. A atriz é adepta dos exercícios há um tempo. "Eu venho me adaptando bem. Estou com problemas na coluna", conta Malfitano, que, por causa de Orlandinho, está sendo obrigado a passar cremes. "Não sou de passar cremes no corpo, só nos cabelos, que estão grandes. Aliás, enche o saco cabelo comprido. Depois de lavar, uso secador. Sou vaidoso, mas não narcisista. Adoro passar perfume e quando minha namorada, Larissa, cheira meu cangote".
Iran Malfitano namora Larissa Daher há sete meses, mas mora com uma amiga, a professora de inglês Sandra. "Elas se dão superbem. Muita gente acha um absurdo, mas confiamos um no outro", afirma o galã, que admite que a amada tem ciúmes das cenas dele de beijo. "Ela fica um pouco grilada, porque não é do meio, é relações públicas. Mas a gente se gosta e planeja filhos e casamento".
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