quinta-feira, 20 de novembro de 2008

BB paga ágio de R$ 1,8 bi na aquisição da Nossa Caixa

O Banco do Brasil (BB) pagará um ágio de aproximadamente R$ 1,8 bilhão na aquisição da Nossa Caixa, anunciada nesta quinta-feira. Segundo assessoria da instituição, o banco paulista tem patrimônio líquido de R$ 3,2 bilhões e o BB pagará R$ 5,32 bilhões por 71,25% do capital (equivalente a R$ 7,56 bilhões considerando o total), o que gera um benefício fiscal de R$ 1,8 bilhão, retirados os impostos.

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Os acionistas minoritários da Nossa Caixa devem receber em dinheiro o mesmo valor de R$ 70,63 por ação que será pago ao Estado, o que é conhecido por tag along. O valor oferecido contempla um prêmio de 37% com relação ao valor das ações do banco paulista no fechamento da Bovespa na última quarta-feira.

O presidente do BB, Antonio Francisco de Lima Neto, negou a influência política do governador José Serra e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo de compra iniciado em maio deste ano. Recentemente Lula afirmou que queria o BB na liderança novamente, após a fusão de Itaú e Unibanco.

"Não houve nenhuma intervenção política. Decidimos fazer uma oferta pela Nossa Caixa seguindo uma lógica empresarial e temos orgulho de ter começado isso em maio, porque senão teríamos que sair do zero agora, depois de a fusão de dois grandes bancos", explicou Neto.

De acordo com o presidente do BB, a compra da Nossa Caixa foi motivada pela possibilidade de crescimento no Estado de São Paulo, que é responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

"A aquisição está dentro do ponto de vista econômico e do contexto estratégico da empresa. A Nossa Caixa atende o objetivo de crescer dentro do Estado que tem a maior competição bancária do País", comentou Lima Neto.

Além disso, a aquisição foi parte de um movimento natural do sistema financeiro nacional, que tende a se consolidar em uma menor número de concorrentes, após a mudança de foco para o crédito com o fim das preocupações com a inflação. "Isto traz a necessidade de uma nova configuração que começamos a ver agora", afirmou.

No entanto, Lima Neto negou que o BB esteja negociando a compra de outra instituição, além do Banco de Brasília (BRB), que já havia sido anunciada. "Qualquer outra é especulação. Claro que agora temos um instrumento, que é a MP 443, e estamos abertos a oportunidades", ressaltou o presidente do BB.

Edu Chaves/Futura Press
O presidente do BB, Lima Neto, negou influência política no negócio

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