quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Sou meio índio, meio negro", diz ator de 'Malhação"

A pele morena, os lábios grossos, os cabelos lisos e o nariz afinado fazem o próprio Micael Borges se confundir. "Sou meio índio, meio negro. Não sei me definir muito bem. Eu me considero a mistura do brasileiro", diz. Cria do grupo teatral Nós do Morro, no Vidigal - que lançou atores como Thiago Martins e Roberta Rodrigues -, Micael vai entrar para a história de Malhação, em 2009, como o primeiro negro a fazer parte da trama central da novela.

"É o efeito (Barack) Obama. Os preconceitos estão caindo e eu, um morador da favela, vou ser um dos protagonistas de Malhação", comemora Micael, de 19 anos, que já teria tido um romance com a atriz Camila Rodrigues, que está no elenco de Malhação e foi casada com Bruno Gagliasso. "Ela é só uma amiga. Não tem por que esconder, se a gente quisesse, estaria junto", desconversa.

A novela já teve personagens negros cômicos ¿ como Rafa (Ícaro Silva), que caiu no gosto popular ¿ ou coadjuvantes, como Rico (Rocco Pitanga). Diretor de núcleo da atração, Marcos Paulo conta que descobriu Micael nos testes. "Ele fez um teste belíssimo. Gosto muito de trabalhar com o pessoal do Nós do Morro, são bem sérios e dedicados", elogia.

No papel de Luciano, Micael vai disputar o amor da nova mocinha, a estreante Bianca Bin (que fará Marina), com Daniel Dalcin, que será Alex. Mais experiente, Daniel está em seu terceito trabalho na TV: fez Vidas Opostas e Amor e Intrigas, na Record. "Alex é apaixonado por música, vai tocar num festival em Ceará. Lá, conhece Marina. Luciano é um amigo de infância de Marina, que também é apaixonado pela moça", explica a autora Patrícia Moretzsohn.

A temporada 2009 estréia em janeiro e a nova safra de atores já se reuniu ontem no Projac para aprender sobre linguagem de TV e se enturmar. Hoje começam as aulas de interpretação. "É uma responsabilidade mostrar que tem gente boa na favela. Quem tem fé, consegue", diz o ator, que fez filmes como Cidade de Deus (2002),Copacabana (2001) e Irmãos de Fé (2004). Mesmo entrando para o time de galãs da Globo, ele garante: "Não quero ser famoso. Quero ser admirado pela minha batalha".

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