As novas gerações do Internet Explorer e do Firefox ganharam um competidor de peso, o navegador do Google. Confira o teste.
Quando a batalha pela hegemonia entre os navegadores de internet parecia ter chegado ao fim, com a vitória inconteste do Microsoft Internet Explorer sobre o Netscape Navigator (alguém ainda se lembra dele?), surgiu o Firefox, da fundação Mozilla, uma entidade sem fins lucrativos que, tal como um “David do mundo virtual”, luta pelo código aberto.
Eis que para animar essa disputa chega o Chrome, o superveloz e leve browser do quase onipresente Google, gerando uma “terceira guerra dos browsers”. Saiba o que cada um deles oferece para encarar essa batalha.

Firefox 3 pode ser a principal a principal vítima do Google Chrome
O navegador da Mozilla obteve os melhores resultados no comparativo e mostra que está pronto para a guerra.
Apontado como a mais provável vítima do Google Chrome, o Firefox, browser de código aberto da fundação Mozilla, mostra que está pronto para a guerra. O Firefox 3.0.1, disponível em português, não fica atrás dos concorrentes. O navegador é rápido, tem interface intuitiva e bons recursos.
Em termos de utilitários, aliás, supera o lançamento do Google Chrome, mas fica um pouco atrás do IE 8 Beta 2. Em segurança, no entanto, ele é apontado pelos especialistas como o melhor atualmente. Vale lembrar que se trata de um produto que não está em fase beta.
Sua barra de endereços exibe um pequeno ícone que, ao ser clicado, abre um painel com dados sobre o site, permite configurações específicas para aquele endereço (como aceitar cookies e habilitar pop-ups) e mostra todas as mídias da página (imagens, arquivos flash, etc).
No final dessa mesma barra, há o familiar ícone de RSS e a estrelinha para adicionar favorito. Por fim, o campo da URL está mais próximo da barra “Omnibox” do Chrome – basta digitar o começo do nome de um site para que o browser acesse a página mais provável, baseada no histórico do usuário.
O gerenciamento de favoritos está mais simples. Um clique na estrela no final da caixa de endereço adiciona a página. Duplo clique permite configurar o nome e a pasta de arquivo.
Felizmente, foi mantido um dos recursos mais bacanas do Firefox: atribuir uma palavra-chave a um favorito. Para isso, basta clicar com o botão direito do mouse sobre o nome do site, escolher “propriedades” e designar um atalho no campo “palavra-chave”. Depois, é só digitar esse código na barra de endereços.
Os famosos complementos (add-ons) agora podem ser instalados a partir do gerenciador, sem precisar caçá-los na página específica da Mozilla.
Em termos de segurança, há numerosas proteções contra sites de malware e phishing, identificação de sites, suporte para EV SSL (páginas com criptografia avançada) e melhorias no gerenciamento de senhas.

Firefox 3: informações detalhadas sobre o site acessado
Nos testes de desempenho, teve bons resultados (veja tabela). Na máquina de testes, liderou na partida “a frio” (logo após um reboot) e foi o mais veloz na “a quente” (segunda abertura).
No processamento de códigos JavaScript (adotado em vários serviços web, como o Gmail), ficou no meio do caminho entre o lento IE8 Beta 2 e o veloz Chrome.
A compatibilidade com sites foi alta. A análise Acid3, que mostra como o navegador se comporta com os padrões de web abertos deu ao Firefox 71 pontos, de 100 possíveis, apenas cinco abaixo do vencedor Chrome.
Firefox 3
| Fabricante: | Mozilla |
| Para que serve: | Navegador open source |
| Pontos fortes: | Grande disponibilidade de complementos |
| Pontos fracos: | Janelas não são independents, o que faz com que todas fechem em caso de travamento. |
| *Avaliação final | 8,5 |
| Preço: | Gratuito |
Internet Explorer 8 tem uma árdua tarefa de recuperar mercado para MS
Nos testes de desempenho, browser perdeu até para o estreante Chrome, do Google. Microsoft tem muito trabalho a fazer.
O pioneiro dos browsers chega à sua oitava versão (ainda em beta) cheio de novidades e com uma árdua tarefa pela frente: melhorar a participação do software da Microsoft, que continua perdendo espaço na briga por market share no mercado de browsers.
O IE 8 surpreende pela instalação. Ela permite configuração expressa, usando as definições mais comuns (praticamente todas baseadas em serviços da Microsoft, claro) ou individuais.
O software também localizou e importou os favoritos e os feeds do Firefox, assim como a barra de ferramentas do Google instalada no PC de teste.
Um recurso novo e bem útil é um ícone para os chamados aceleradores. Ele surge selecionando o texto e clicando o botão direito do mouse. Isso abre um menu contextual com uma série de opções: blogar, pesquisar em uma enciclopédia online, mandar e-mail, procurar em um serviço de mapas, pesquisar e traduzir. Também é possível adicionar serviços.
Ponto positivo: os poderosos utilitários do Google, como buscador, Blogger, Maps, Translate e Gmail, estão disponíveis.
Curiosamente, o Live Search Maps, serviço de mapas da Microsoft, fez o browser travar todas as vezes em que foi usado nos testes. O navegador recuperou-se do crash reabrindo a mesma aba, mas o usuário perde sua pesquisa.
Outra novidade é o InPrivate Browsing, recurso disponível também no Chrome. Digitando CTRL + Shift + P, ou selecionando essa opção no menu Safety, uma nova seção do IE é aberta. Nela, a navegação não fica registrada no histórico.
Uma ferramenta “bem-intencionada”, mas que ainda precisa ser melhorada, é a sugestão de sites. Baseada no perfil do endereço aberto na janela atual, ela sugere páginas parecidas.
No entanto, nem sempre o recurso detecta com precisão a URL atual (ele pensa que está em outra) e algumas sugestões simplesmente não fazem sentido.
O webslice também se encaixa na categoria bons recursos, ao menos inicialmente. Ele é uma espécie de “RSS fatiado”, que permite acompanhar as atualizações de uma seção específica de um site.
Uma página da web pode fornecer, por exemplo, “slices” apenas com a previsão do tempo ou a cotação da bolsa.
Para isso, é preciso que a página insira códigos específicos – ou seja, dependerá muito da boa-vontade dos desenvolvedores para que essa ferramenta pegue.
A compatibilidade é um ponto fraco. Vários sites visitados nos testes mostraram problemas de formatação no browser.
IE 8 Beta 2: aceleradores facilitam o acesso a vários recursos
No teste da Acid3, que analisa a harmonia do navegador com os padrões abertos da web, o IE8 foi, de longe, o pior: apenas 21 pontos em 100, contra 76 do vencedor Chrome.
Para contornar esse problema, o IE traz um botão de modo de compatibilidade, na barra de URL, que faz com que uma página com problemas possa ver vista automaticamente em uma versão anterior do navegador.
E a velocidade não foi o seu forte. No teste de processamento JavaScript SunSpider, o browser levou mais que o dobro do tempo do 2º colocado, o Firefox, e ficou anos-luz atrás do Chrome. Vale lembrar que se trata de um versão beta, o que significa que o navegador ainda pode ser melhorado.
Internet Explorer 8 Beta 2
| Fabricante: | Microsoft |
| Para que serve: | Navegador internet |
| Pontos fortes: | Bom nível de proteção |
| Pontos fracos: | Mais lento que os concorrentes |
| *Avaliação final | 7,5 |
Google Chrome Beta chegou fazendo um barulho que lembra o iPhone
O navegador do Google mostra suas garras e tem desempenho melhor do que o Internet Explorer 8, da gigante Microsoft.
Quase tão badalado no mundo dos navegadores quanto o iPhone na telefonia móvel, o Chrome chegou em 43 línguas fazendo barulho. O Google prometeu um navegador estável, veloz e quase transparente ao usuário.
Realmente (com algumas pequenas falhas), conseguiu tudo isso. O browser tem como base o “motor” de código aberto webkit – o mesmo usado pela Apple no Safari.
Ele é o responsável pela veloz renderização das páginas e, ao que tudo indica, será usado também no Android, o sistema operacional móvel do Google.
GoogleAlém disso, o processamento de JavaScript é turbinado, graças ao V8 – mecanismo que otimiza sites com pesado uso dessa linguagem, como o YouTube.
Nos testes do SunSpider, o Chrome rodou os principais scripts Java em 30% do tempo do IE.
A interface é clean (para alguns, clean até demais...). Quem está acostumado aos menus e botões dos navegadores atuais estranha a ausência de quase tudo. Para começar, os nomes das abas ficam acima da URL – o inverso do comum.
Além disso, elas podem ser destacadas do navegador e movimentadas pelo desktop, recurso útil quando é necessário ler o conteúdo de uma página para inserir dados em outra, por exemplo.
A home é criativa. Em vez da tradicional página inicial (a do provedor, por exemplo), exibe miniaturas dos nove sites mais acessados pelo usuário.
No lado direito, as caixas de pesquisas mais usadas (mesmo a de outros sites) e os favoritos recentes. Uma grande mudança foi a ausência do campo de pesquisa (geralmente do próprio Google) ao lado do campo de URL.

Chrome: página principal exibe miniaturas dos últimos sites visitados
Ao invés disso, o Chrome adota a chamada Omnibox, uma barra de endereços vitaminada que mostra, assim que começa a digitação, sugestões baseadas no histórico e na pesquisa do Google. Muito prático.
Também úteis são os atalhos para aplicativos. O recurso é acessado pelo ícone de página no final da Omnibox. Com ele, é possível criar ícones no desktop, no menu iniciar e na barra de inicialização rápida do Windows para acesso imediato a serviços web como Gmail ou Orkut, sem precisar carregar o navegador.
Os pop-ups são tratados de forma diferente. Em vez de bloqueados, são abertos na parte de baixo do monitor. Se o usuário desejar vê-los, é só arrastá-los para cima. Boa idéia.
O Chrome também trouxe o modo de navegação anônima, lançado pouco antes pelo IE8. Toda a navegação nessa janela é apagada quando ela é fechada, mas esse modo não serve para ocultar o IP nem para burlar programas que bloqueiam o acesso a determinados sites – usados em empresas, por exemplo.
Um dos pontos principais é o isolamento dos processos de cada aba. Assim, se um site trava, não congela toda a seção de navegação. O lado negativo é que as abas que “caem” não são recarregadas automaticamente, como nos concorrentes.
Em termos de compatibilidade, o browser atingiu 76 pontos, de 100 possíveis, no teste do ACid3, que analisa a harmonia do browser com os padrões abertos de internet.
Além disso, o Google teve um longo tempo para testar o Chrome em zilhões de sites armazenados em seus servidores. Mesmo assim, o navegador apresentou alguns problemas em sites de bancos.
Uma crítica ao Chrome, pelo menos em sua fase beta, é a ausência de complementos (add-ons). Até o fechamento desta edição não havia como incrementar o navegador – ele sequer aceitava a barra de ferramentas do Google!
Google Chrome
| Fabricante: | |
| Para que serve: | Navegador open source |
| Pontos fortes: | Estável |
| Pontos fracos: | Falta de add-ons |
| *Avaliação final | 8,0 |
| Preço: | Gratuito |
Seja como for, PC World coletou o que imaginamos ser algumas das dicas mais úteis e interessantes para o Chrome.
Atalhos surpreendentemente práticos no teclado
O Google Chrome oferece alguns atalhos singulares que vão além do típico Ctrl + T para abrir novas abas. Clique para ver uma tabela com todos os atalhos do navegador.
CTRL + SHIFT + N abre automaticamente uma janela ‘anônima’ do Chrome, com a qual é possível navegar sem deixar nenhum rastro de suas ações.
SHIFT + Esc é um atalho rápido para o gerenciador de tarefas do Chrome, que permite que você finalize processos do navegador que estiverem com problemas.
CTRL + SHIFT + T irá abrir as abas recém-fechadas.
Buscas customizadas
Quando você quer realizar uma pesquisa diretamente a partir da barra de endereços do Chrome (conhecida como Omnibox) é só digitar uma pergunta seguida da palavra-chave que vai dizer qual site de pesquisa utilizar.
O mecanismo de busca padrão é o Google. Para mudar a sua preferência clique com o botão direito na barra e selecione Editar mecanismos de pesquisa. Você pode escolher numa lista pré-definida ou indicar algum outro.
Eis como criar seu próprio atalho para buscar o site de sua preferência diretamente a partir da Omnibox do Google Chrome:
1) Clique com o botão direito dentro da barra de endereços e selecione Editar mecanismo de buscas.
2) Mantendo essa caixa de diálogo aberta, acesse o website que você gostaria que fosse o padrão para pesquisas. Para exemplificar, experimente Dictionary.com.
3) Depois que o site carregar, repare que nas configurações da janela Mecanismos de Pesquisa, no campo Outros mecanismos de pesquisa, foi adicionado Dictionary.com.
4) Depois, você pode alterar o palavra-chave por algo que mais curto e fácil de lembrar, como DIC, por exemplo.

Assim, quando você quiser buscar por uma palavra especificamente no Dictionary.com, é só digitar no Omnibox “DIC” precedido pela palavra a ser buscada.
8,5
7,5

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