A terceira edição do Festival Internacional de Cinema de Roma ocorre nesta quarta-feira com uma festa brasileira na Piazza Navona, em frente à sede da Embaixada do Brasil.
O espetáculo musical, inspirado no carnaval do nordeste dirigido por Arto Lindsay, com cenografia de Ernesto Neto, marca o início do evento, que vai até o dia 31 de outubro.
Claudio Onorati/Efe |
Ator e diretor Al Pacino posa com o prêmio Marco Aurelio de Ouro durante cerimônia no primeiro dia do Festival de Cinema de Roma |
Mais de quarenta artistas, músicos e dançarinos participarão do espetáculo gratuito na praça, entre os quais as bandas brasileiras Ilê Aiyê e Spok Frevo Orchestra.
Entre as 21 produções selecionadas, realizados ao longo dos últimos três anos no Brasil, dez são longas-metragens e 11 são documentários.
Filmes como "Estômago', de Marcos Jorge, e "Cidade dos Homens", de Paulo Morelli serão exibidos na mostra "Olho Sobre o Mundo", que fará uma homenagem ao cinema brasileiro.
A seleção inclui filmes autorais, comerciais e vários documentários, como os dedicados ao arquiteto Oscar Niemeyer, de Fabiano Maciel, e a Maria Bethânia, de Andrucha Waddington.
As produções escolhidas abordam diferentes aspectos da cultura brasileira, desde a consciência social até as preocupações autorais e estéticas.
Os convidados, entre eles a atriz Fernanda Montenegro e o músico Caetano Veloso, darão palestras sobre a identidade de um país complexo, violento e, ao mesmo tempo, espiritual, rico e pobre, urbano e rural.
Ao contrário de edições anteriores, marcadas pela presença das celebridades de Hollywood, este ano o desfile de estrelas pelo tapete vermelho romano foi reduzido.
Para satisfazer o desejo do novo prefeito de Roma, Gianni Alemanno, líder da direita, os organizadores decidiram destacar o cinema europeu, sobretudo o italiano, com seis filmes selecionados para a competição oficial.
Ao todo, 21 filmes --entre eles cinco franceses, dois alemães, dois poloneses e apenas um americano, além do argentino "El Artista", de Gastón Duprat e Mariano Cohn-- competirão pelo Marco Aurélio de Ouro.
O aclamado ator americano Al Pacino, fundador do prestigiado Actors Studio, em Nova York, abriu mais um encontro com o público com uma lição de cinema na Sala Sinopoli do moderno Auditorium Romano, quartel general do evento.
Na quinta-feira, o público poderá conversar com o diretor David Cronenberg, autor, entre outros filmes, de "History of Violence". Ele comentará cenas e particularidades dos momentos mais célebres de suas produções.
No mesmo dia, o festival exibe o primeiro filme da competição: "L'Uomo che Ama" ("O Homem que Ama", em tradução livre), dirigido por Maria Sole Tognazzi, filha do popular ator Ugo Tognazzi, com Monica Bellucci.
Em seguida, acontece a estréia mundial "8/Huit/Eight", um filme coletivo, dividido em oito fragmentos, que se inspira nos oito objetivos fixados pelas Nações Unidas para melhorar a vida da população mundial.
Vários artistas estarão em Roma para seu lançamento, como Gael García Bernal, Jane Campion, Jan Kounen, Mira Nair, Gaspar Noé, Abderrahmane Sissako, Gus Van Sant e Wim Wenders.
O festival, que este ano teve o orçamento cortado, passando para 15 milhões de euros (R$ 40,8 milhões), será inaugurado e encerrado com dois filmes italianos, dirigidos por nomes quase desconhecidos.
Além das projeções nas sessões oficiais, estão programas as sessões "Estréias", "Cine 2008", "Fábrica de Projetos", "Extra", "Alice na Cidade" e "Olho sobre o Mundo".
Cumprindo com o desejo de italianizar o festival romano, a atriz Gina Lollobrigida receberá um prêmio especial pelo conjunto de sua carreira.
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