quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Em 12 meses, 30% dos usuários de celular trocarão de operadora. Efeito da portabilidade

Nos próximos 12 meses os usuários de cerca de 40 milhões de celulares (30% to total Brasil) irão cancelar o serviço com uma operadora de celular e migrar para outra.

A possibilidade de, ao mudar de operadora de celular, manter o número telefônico é sem dúvida bem-vinda por muitos destes usuários. Eles não terão de gastar tempo e dinheiro comunicando o seu novo número telefônico a clientes e amigos, ou refazendo seus cartões de visita. Deixarão também de correr o risco de perder contatos preciosos. Ainda mais, que o preço estabelecido para este processo (4 reais), não vem sendo cobrado pelas operadoras, como incentivo para captar novos clientes.

A portabilidade numérica começou a ser implantada no Brasil em setembro e estará disponível em todo o país até março de 2009. Os moradores das principais regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte) serão os últimos a terem acesso a esta facilidade.

A portabilidade traz ainda uma vantagem adicional. Ela encerra o contrato do usuário com sua antiga operadora. Evita o processo, muitas vezes penoso, de se cancelar o serviço. O cuidado a ser tomado é em relação a obrigações contratuais assumidas, principalmente por usuários de celulares pós-pagos. Eles podem estar sujeitos a multas pelo rompimento do contrato antes do prazo.

Apesar das vantagens apontadas, a portabilidade numérica trará um problema. Ficará mais difícil identificar a operadora a que pertence um dado celular. Esta informação é importante para o usuário, pois as chamadas entre celulares de uma mesma operadora são, em geral, mais baratas do que as destinadas para outras operadoras. Para contornar este problema, as operadoras de celular e a ABRT (Entidade Administradora da Portabilidade Numérica) estão disponibilizando serviços de consulta para identificar a operadora associada a um dado número telefônico.

Telefonia Fixa
A portabilidade numérica está sendo implantada também para telefones fixos. Com ela será possível manter o número telefônico na troca de uma operadora de telefonia fixa para outra operadora que ofereça o serviço na mesma cidade. Incluem-se nesta categoria as empresas autorizadas como a Embratel, com produtos como o “Livre” e o NetFone, a GVT e a Tim, que acaba de lançar o seu telefone fixo.

O sucesso da portabilidade numérica na telefonia fixa só não será maior, devido à baixa competição existente neste segmento. Apenas 52% da população moram em municípios onde existe mais de uma operadora de telefonia fixa. No celular, 88% da população é atendida por mais de uma operadora, 84% por três ou quatro operadoras.

Finalmente, é importante lembrar que problemas podem ocorrer nesta fase inicial de implantação da portabilidade numérica no Brasil. Eles não serão, no entanto, um empecilho para a consolidação da portabilidade numérica no Brasil.

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