sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Estudo relaciona escolha de parceiro a fator genético

Os fatores genéticos podem influir, em alguns casos, na escolha do parceiro, com o objetivo de que os filhos herdem um melhor sistema imunológico e resistam a um maior número de infecções, segundo um estudo publicado pela revista PloS Genetics.

A região do genoma implicada na resposta imunológica, denominada MHC (complexo principal de histocompatibilidade), pode condicionar a escolha do parceiro no ser humano, de acordo com os resultados de um estudo do cientista francês Raphaëlle Chaix e de seus colaboradores do departamento de Estatística de Oxford.

Este pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa Científica francesa chegou a essa conclusão após analisar quatro milhões de marcadores genéticos divididos pelo conjunto do genoma humano. Seu estudo sugere que os seres humanos têm a possibilidade de discriminar a composição genética do MHC, importante na resposta imunológica do ser humano, de modo que buscam inconscientemente um código imunológico que complemente o seu.

Esta discriminação é realizada a base de moléculas voláteis com cheiro, codificadas também pelo MHC. Demonstrado em diferentes espécies de animais, esta teoria permanecia sendo considerada controversa no ser humano, mas os resultados de Chaix mostram que os casais estudados são geneticamente mais diversos quanto ao MHC do que os pares cujos indivíduos se associaram por acaso.

A equipe de Chaix realizou uma pesquisa com dois grupos populacionais: iorubás (concentrados no sudoeste da Nigéria) e mórmons de Utah (no interior dos Estados Unidos). Embora a princípio não houvesse dado resultados satisfatórios, no segundo grupo de pesquisa, foi verificada uma "tendência significativa de escolher um parceiro geneticamente diferente, em termos de MHC", explica o estudo.

Os pesquisadores afirmam, no entanto, que seria necessário estudar um maior número de populações para compreender melhor a diversidade e a importância relativa desses fatores.

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