terça-feira, 30 de setembro de 2008

CAPITAL GANHA PROGRAMA METROCICLISTA, EMPRÉSTIMO DE BICICLETAS, E O 1º TRECHO DA CICLOVIA CAMINHO VERDE


A Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô lança o programa MetroCiclista, sistema de empréstimo de bicicletas pelo período de uma hora, e entrega três novos bicicletários (Corinthians-Itaquera, Carrão e Sé) e sete pára-ciclos, localizados nas estações Belém, Penha, Vila Matilde, Artur Alvim (Linha 3-Vermelha) e Capão Redondo, Campo Limpo e Vila das Belezas (Linha 5-Lilás).

Complementando as ações que incentivam o uso de bicicletas na capital, o Metrô, juntamente com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, entrega o primeiro trecho da ciclovia "Caminho Verde". A nova rota para os ciclistas terá, inicialmente, 6 km de extensão e está localizada entre as estações Corinthians-Itaquera e Guilhermina-Esperança. Quando estiver concluída, serão 12,2 km de ciclovia, chegando à estação Tatuapé.

De acordo com o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, “a implantação da ciclovia e dos novos bicicletários proporcionará uma nova alternativa para os deslocamentos urbanos voltados ao trabalho, ao lazer e ao esporte, além de gerar benefícios ao meio ambiente, já que o transporte sobre trilhos e as bicicletas não são poluentes”. Ele ressalta que a última pesquisa Origem e Destino revelou que, nos últimos 10 anos, a utilização da bicicleta aumentou de 160 mil para 345 mil e que a maioria, atualmente, usa esse modo para trabalhar.

MetroCiclista

O programa MetroCiclista é uma parceria do Metrô com o Instituto Parada Vital, e conta com o apoio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e da seguradora Porto Seguro, através de seu programa UseBike. Por meio dessa iniciativa, serão emprestadas bicicletas por uma hora. Com o objetivo de estimular a rotatividade no empréstimo das bikes, após esse período, serão cobrados R$ 2,00 por hora.

Os bicicletários de Guilhermina-Esperança (inaugurado em abril de 2007), Corinthians-Itaquera e Carrão têm 100 vagas e 10 bikes para empréstimos, em cada um. A unidade de Sé tem 20 vagas: 10 para guardar as “magrelas” e 10 para empréstimo. Já os pára-ciclos doados pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e instalados pela Parada Vital oferecem 15 vagas por unidade, totalizando 105 lugares.

Ainda em outubro, mais quatro bicicletários entrarão em operação: Paraíso e Vila Mariana (Linha 1-Azul) Anhangabaú e Marechal Deodoro (Linha 3-Vermelha), nos mesmos moldes de Sé: 10 vagas e 10 bikes para empréstimo por uma hora. Com essas unidades, o Metrô contará com oito bicicletários, que juntos vão dispor de 350 vagas para acomodarem bicicletas e 80 bikes para empréstimo.

Até o final do ano, mais sete bicicletários serão instalados nas estações Liberdade, São Bento e Tiradentes (Linha 1-Azul) Sumaré (Linha 2-Verde) Santa Cecília, Brás e Palmeiras-Barra Funda (Linha 3-Vermelha). Todos com 10 vagas para acomodação das bikes e 10 para empréstimo pelo período de uma hora.

Os bicicletários ficam abertos diariamente, das 6h00 às 22h00. Para usá-los é necessário fazer cadastro apresentando um documento com foto. Já para utilizar o serviço de empréstimo, além de preencher cadastro, o interessado deverá assinar um Termo de Responsabilidade e apresentar cartão de crédito. Na retirada da bicicleta, receberá capacete e cadeado, podendo devolvê-los em outros bicicletários do sistema ou em uma das sete unidades da Rede Estapar participantes do programa UseBike, da Porto Seguro. São eles: Hospital Santa Catarina (av. Paulista, 200 ), Top Center (al. Joaquim Eugênio de Lima, 424), Garagem subterrânea Trianon (al. Jaú, 850 - entrada e saída pela Al. Santos, s/nº), Conjunto Nacional (entrada pela rua Padre João Manuel, 60), Garagem São Luís (av. Paulista, 2378), Shopping Frei Caneca (rua Frei Caneca, 569) e Novotel Jaraguá (rua Martins Fontes, 71 - Centro).

Para o cicloativista André Pasqualini, a instalação de bicicletários nas estações do Metrô e da CPTM (que já tem 14 unidades) é de fundamental importância. "Se tiver um local seguro, você deixa a bicicleta na estação e vai trabalhar. Sem dúvida, é um ponto positivo". O também cicloativista Toni Nogueira, que já foi de São Paulo a Salvador de bicicleta, está convicto de que as bicicletas do Metrô representam "um novo espaço de cidadania na cidade. O Metrô está sendo pioneiro e precisa ser incentivado pela sociedade a continuar esse trabalho".

Raio X do "Caminho Verde"

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente investiu R$ 9 milhões na construção da ciclovia "Caminho Verde". Atualmente, mais de 70% da ciclovia estão concluídos, com gasto parcial de R$ 4 milhões. Para finalizar os 12 quilômetros, serão gastos mais R$ 3 milhões em intervenções viárias e na ligação entre o viaduto Aricanduva e a estação Penha. Os R$ 2 milhões restantes serão aplicados na manutenção.

O Metrô executou as obras e desenvolveu os projetos arquitetônico e paisagístico, que incluíram a readequação do calçamento, a instalação de mais de 900 novos postes de iluminação (rede de alimentação elétrica subterrânea) e sinalização cicloviária, horizontal e vertical.

Ao longo da ciclovia, foram plantadas cerca de 1.700 árvores uma a cada 7,5 metros em média. São espécies arbóreas de pequeno, médio e grande portes, além de forrações, gramíneas e arbustos. Foram selecionadas espécies vegetais que tivessem florações diferenciadas ao longo do ano, o que permitirá variações paisagísticas, criando efeitos atraentes na ciclovia além de proporcionar a redução de emissão de gás carbônico na atmosfera.

O secretário municipal, Eduardo Jorge, lembra que em 2005 havia uma opinião predominante entre os técnicos responsáveis pela mobilidade em São Paulo de que, nesta cidade, a utilização da bicicleta como opção de transporte era impossível. “O trabalho da Secretaria do Verde com o Metrô está provando o contrário e criando um novo paradigma de apoio aos ciclistas. Eles ajudam a cidade melhorar o trânsito, diminuem a poluição e a emissão de gases de efeito estufa".

Instituto Parada Vital e Companhia Porto Seguro

O Instituto Parada Vital foi criado com objetivo de incentivar e promover atividades e projetos nas áreas de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável. Segundo Ismael Caetano, diretor-presidente do instituto, pensar na bicicleta como meio de transporte complementar para viagens de curta distância traz benefícios para toda a sociedade. "O Instituto surge no momento em que percebemos que os meios de transporte estabelecidos não atendem às necessidades de uma população crescente, de um sistema viário que nasceu pensando exclusivamente no automóvel e das complicações que este modelo trouxe ao meio ambiente", afirma Caetano.

A Porto Seguro, que administra proposta semelhante de empréstimo de bike para seus segurados, por meio do serviço UseBike, lançado em janeiro, apóia o convênio entre o Metrô e o Instituto. O vice-presidente executivo da Porto Seguro, Fabio Luchetti, explica que juntamente com o Instituto Parada Vital surgiu a idéia de expandir esse benefício à população. "O Metrô é um forte viabilizador dessa parceria, já que permite o transporte de bicicletas nos vagões. Desta forma, conseguimos ampliar a rede de bicicletários na capital, oferecendo ao nosso segurado mais comodidade. Além disso, ajudamos a criar novas alternativas de transporte ou de estacionamento de bicicletas, seja para locomoção, seja para lazer", destaca.

Bicicletas nos trens

Desde 17/08, as bicicletas também são bem-vindas ao Metrô nos dias de semana, a partir das 20h30, quando termina o horário de pico da noite. Além disso, nos finais de semana elas estão liberadas tanto no Metrô quanto na CPTM: no sábado, das 14 horas até o fim da operação comercial e, no domingo, durante todo o dia

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