"U2 3D" não é propriamente um filme, e sim um show gravado com uma nova tecnologia e exibido nos cinemas. Por isso, o resultado deve agradar em cheio aos fãs da banda irlandesa e causar bocejos em quem não vê muitos atrativos em Bono Vox e sua trupe.
A produção foi feita para ser exibida apenas no formato 3D e por isso estréia nesta sexta-feira em cidades com salas que têm essa tecnologia: São Paulo, Rio de Janeiro, Mauá, Bauru e Florianópolis.
Gravada durante "Vertigo", a turnê da banda na América Latina em 2006 (inclusive São Paulo), a produção é a primeira a usar câmeras 3D digitais, que permitem resultados melhores nos efeitos dos antigos filmes do formato.
Tendo em mente que o filme é uma apresentação musical, a tecnologia aliada ao som 5.1 surround poderia permitir vivenciar a experiência de estar na apresentação ao vivo. Mas não é exatamente isso que acontece.
Por mais que o 3D crie a ilusão de que os músicos estejam a um palmo do público do cinema, é, no mínimo, frustrante assistir a um show de rock no qual a única coisa que se pode fazer é ficar sentado na poltrona observando o público do show de verdade pular e cantar. Ou seja, os efeitos em 3D são muito mais interessantes do que o show filmado.
Dirigido por Mark Pellington ("O Suspeito da Rua Arlington") e Catherine Owens (diretora de videoclipes e conteúdo visual de diversas turnês do U2), "U2 3D" não registra momentos de intimidade da banda -- ou seja, não há nada além dos músicos no palco e o público na platéia dos estádios.
No palco, Bono e companhia cumprem o prometido. Há versões de músicas mais recentes, como "Love and Peace or Else" e "Sometimes You Can't Make It On Your Own", e clássicos como "Sunday Bloody Sunday", "New Year's Day" e "Pride" -- todas muito bem produzidas e apresentadas com vigor.
"U2 3D" vale pela experiência com a nova tecnologia que é muito bem aproveitada pelos diretores -- em especial no final do show, quando o efeito é explorado com um colorido hipnótico.
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